A obra de Anna Maria Maiolino, uma das principais artistas contemporâneas em atividade, abrange mídias diversas que buscam explorar múltiplas possibilidades de expressão. Perpassando pintura, escultura, performance, instalação, gravura e desenho, especula densamente sobre temas como a identidade, a linguagem e o corpo. Ao longo de sua carreira, a artista desenvolve uma abordagem que combina o pessoal e o político, o íntimo e o coletivo, criando contextos que, mesmo abertos à interpretação, são impregnados de uma carga sensível e evocativa. 

 

De origem italiana, Anna Maria Maiolino mudou-se para Caracas, Venezuela, onde estudou na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas entre 1958 e 1960. Já no Brasil, em 1961, realizou o curso de gravura em madeira na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Entre 1968 e 1971, estudou no International Pratt Graphic Center, em Nova York, EUA. À sombra da ditadura civil-militar brasileira, os experimentos de Maiolino na década de 1960 a conectaram a movimentos determinantes da história da arte brasileira, como as chamadas Nova Figuração e Nova Objetividade, importantes momentos de inflexão do sistema de arte brasileiro. A partir da década de 1980, inicia sua pesquisa com a materialidade e a gestualidade, que vem se desenvolvendo em um processo experimental contínuo e interligado.

 

Em 2024, Maiolino irá receber o Leão de Ouro pelo conjunto da obra, e participará da próxima edição da Bienal de Veneza. Dentre suas exposições individuais recentes, destacam-se: Psssiiiuuu…, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, e Fundación Malba, Buenos Aires, Argentina (2022); In the sky I am one and many and as a human I am everything and nothing, Kunsthaus Baselland, Muttenz, Suíça (2021); Por um fio/By a Thread, SCAD Museum of Art, Savannah, EUA (2020); EM TUDO - TODO, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2019); O amor se faz revolucionário, PAC Padiglione d’Arte Contemporanea, Milão, Itália, e Whitechapel Gallery, Londres, Reino Unido (2019); Errância Poética, Hauser & Wirth, Nova York, EUA (2018); Anna Maria Maiolino, MoCA, Los Angeles, EUA (2017); Ponto a Ponto, Luisa Strina, São Paulo (2014); Anna Maria Maiolino. Matrix 252, Berkeley Art Museum and Pacific Film Archive - University of California, Berkeley, EUA (2014); Afecções: Prêmio MASP Mercedes-Benz, MASP, São Paulo (2012); Anna Maria Maiolino, Fundação Antoní Tàpies, Barcelona, Espanha, Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela, Espanha, e Malmö Kunsthalle, Suécia (2010-2011); entre outras.

 

Integrou exposições nacionais e internacionais de relevância, como: Latin American Art from the Cisneros Gift in Dialogue, MoMA, Nova York, EUA (2023); Escala: Escultura 1945-2000, Fundación Juan March, Madrid, Espanha (2023); Together. Interact, Interplay, Interfere, Kunst Meran, Merano, Itália (2022); This Must Be the Place, Americas Society, Nova York, EUA (2021); A Máquina Lírica, Luisa Strina, São Paulo (2021); Realce, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM Rio (2020); Senzamargine. Passages in Italian Art at the Turn of the Millennium, MAXXI - Museo Nazionale Delle Arti del XXI Secolo, Roma, Itália (2020); Os anos em que vivemos em perigo, Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM-SP (2019); Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960-1985 [Radical Women. Latin American Art, 1960-1985], Pinacoteca de São Paulo, Brooklyn Museum, Nova York, EUA, e Hammer Museum, Los Angeles, EUA (2017-2018); 14ª Bienal de Lyon: Mondes Flottantes, França (2017); Art and Space, Guggenheim Bilbao, Espanha (2017); Histórias da infância, MASP, São Paulo (2016); The EY Exhibition. The World Goes Pop, Tate Modern, Londres, Reino Unido (2015); 20ª Trienal de Milão: Art & Food. Rituals since 1851, Itália (2015); 10ª Bienal de Gwangju, Coréia do Sul (2014); 30x Bienal, Fundação Bienal de São Paulo (2013); documenta 13: Here & There, Kassel, Alemanha (2012); 29ª Bienal de São Paulo: Há sempre um copo de mar para um homem velejar (2010); entre outras.

 

Nomeada Honorary Doctor em 2022 pela University of the Arts London, Reino Unido, Maiolino foi contemplada com diversos prêmios ao longo de sua carreira, como Prêmio Clarival do Prado Valladares (Artista pela trajetória), ABCA – Associação Brasileira de Críticos de Arte (2018); Prêmio MASP Mercedes-Benz (2012); Prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes (1994); entre outros. Sua obra integra importantes coleções ao redor do mundo, dentre as quais destacam-se MoMA, Nova York, EUA; Tate Modern; Londres, Reino Unido; Centre Georges Pompidou, Paris, França; MoCA, Los Angeles, EUA; MASP, São Paulo; Fundación Malba, Buenos Aires, Argentina; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Espanha; Pinacoteca de São Paulo; e Galleria Nazionale di Roma, Itália.