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"Minha intenção é que se perceba um rio subterrâneo que perpassa todos os objetos, embora eu não possa definir o nome desse rio."
A exposição A estatura da liberdade, sexta individual de Jorge Macchi na Galeria Luisa Strina, é estruturada como um livro de contos. Ao reunir obras díspares, que não se organizam sob um mesmo tema, a mostra busca uma compreensão não monolítica do todo. O conjunto de trabalhos expostos são uma espécie de viagem através de algumas obsessões do artista: a memória, o efêmero, a transparência, o fantasma, o eco, a representação do som, a réplica, a subversão da lógica, a desintegração da imagem.
* A multiplicidade de suportes tem a ver com a relação específica que procuro estabelecer entre imagens e materiais. Acho que o importante deve ficar por trás da superfície e, nesse sentido, a variedade de mídias pouco importa. Em geral, quando exponho procuro fazer coexistir obras materialmente muito diferentes entre si.
Jorge Macchi, Edgardo Rudnitzky entrevista para a revista Bomb, Nova York, EUA 2009.
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Drift bottle 7 (testigo de deriva) é uma garrafa plástica de água mineral que contém em seu interior a reprodução em escala de um veleiro. O título refere-se às garrafas lançadas ao mar com dados sobre a data e o local onde foram lançadas, para conhecer o movimento das correntes superficiais. Essa peça é, ao mesmo tempo, uma mensagem em uma garrafa, um mundo fechado em uma bolha de plástico, e uma referência distante à Ilha do Plástico, o maior acúmulo de plástico flutuando e se movendo no Oceano Pacífico.
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A estratégia da ameba
A obra La estrategia de la ameba se trata de uma mala sobre rodas se move sozinha pela sala e ao colidir com um obstáculo (parede, objeto, base de escultura, visitante), ela para, gira 180 graus e continua sua jornada até que um novo obstáculo apareça. A ameba, desprovida de sistema nervoso, interage com o ambiente que a cerca através de sua membrana celular: diante de um estímulo nocivo, irritante ou nutricional, reage de forma primária aproximando-se ou afastando-se dele. A mala é, além de visitante teimosa e voraz da exposição, uma criadora de relações sempre novas entre as peças. O trabalho foi desenvolvido por Lucas Gonzalez e LAPSo (Laboratório de Acústica e Percepção Sonora) da Universidade de Quilmes, Argentina.
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"A força do trabalho de Jorge Macchi reside tanto naquilo que é dito quanto no que é silenciado. É possível dizer que seu trabalho vacila entre grandes presenças e ausências: quase como um fantasma, opera de acordo com aquilo que é revelado ou desaparece em situações que nos confundem. Uma das principais entidades ou fenômenos manipulados em seu trabalho é o som, que surge à nossa volta em uma grande variedade de intensidades, desde as evocações mudas até as composições elaboradas." (Alejandra Aguado)
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Short story, Avión, Septiembre 2020, Google Map y Relief são pequenas obras, feitas com corda de piano, que pendem fragilmente das paredes e reduzem esquemas de escala, diagramas de calendário e papéis dobrados quase a ponto de sumir de vista. O mesmo ocorre com a série Presente: três estruturas feitas de haste de aço que reproduzem as dobras de um papel que em algum momento embrulhou uma caixa.
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Confesión
Confesión são caixas de papelão de smart TVs de 50 polegadas cuja superfície apresenta um padrão em cruz vazado que remete ao metal perfurado dos confessionários. As caixas não contém nenhum objeto e foram transformadas em dispositivos visuais que permitem ver, de maneira fragmentária, através de seu interior e o que está por trás.
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Jorge Macchi
Puntos suspensivos 04, 2019tinta acrílica sobre papel
[acrylic paint on paper]
150 x 150 cm cada [each]
59 1/8 x 59 1/8 in -