Cildo Meireles
N. 1948, Rio de Janeiro, Brasil
Vive e trabalha em Rio de Janeiro, Brasil
Sem título, 1986
acrílica e crayon sobre papel fixado sobre tela
[acrylic and crayon on paper fixed on canvas]
[acrylic and crayon on paper fixed on canvas]
105 x 156 x 5 cm
41 3/8 x 61 3/8 x 2 in
41 3/8 x 61 3/8 x 2 in
Quando fazia já uns cinco anos que nós morávamos em Brasília, fui fazer um curso com o pintor Félix Alejandro Barrenechea Avilés, mas alguns meses depois o curso fechou. Então...
Quando fazia já uns cinco anos que nós morávamos em Brasília, fui fazer um curso com o pintor Félix Alejandro Barrenechea Avilés, mas alguns meses depois o curso fechou. Então ele me convidou para continuar os estudos em seu ateliê, onde eu trabalhava com materiais fornecidos por ele. Passei dois anos frequentando esse lugar, e considero até hoje o professor Barrenechea meu mestre. Acho que resolvi me dedicar à arte com 15 anos, depois de visitar uma exposição chamada Arte Negra, na Universidade de Brasília, com obras do acervo do Museu da Universidade de Dacar, no Senegal. Passei a fazer desenhos expressionistas, de conteúdo fortemente influenciado pelas máscaras e esculturas que vi e que me impactaram muito. Em 1966, Mário Cravo Júnior viu esses desenhos e neles identificou a problemática da arte afro-brasileira. Foram dois desenhos e uma pintura dessa série que o Salão de Brasília havia selecionado em 1965, que foi a minha primeira exposição. Dois anos depois, eu realizei a primeira individual, a convite de Mário Cravo Júnior, no MAM da Bahia, em Salvador. Comparando esse artista que eu era em 1965, iniciando meu percurso, com o cara que eu sou hoje, posso dizer que invejo a voracidade que eu tinha.
© artista [the artist]
ph. Edouard Fraipont