Desordem Alfabética: Galeria Luisa Strina

Apresentação

Uma pintura de Federico Herrero é uma intervenção cromática no mundo, da tela à cidade. à primeira vista, esta pintura gentil aparenta propiciar atos de contemplação. O artista parece propor uma cena que, não podendo ser o sublime, pudesse ser uma festa sensorial do fulgor das cores. Os campos de cor se atraem, se desdobram em contínuo, se agregam ou ganham coesão harmônica. Azuis, tons de verde, rosas, cores quentes se defolham como camadas de energia que se ajustam no espaço como uma propagação epidêmica e quase música.
Paulo Herkenhoff

 

A Galeria Luisa Strina tem o prazer de apresentar a primeira exposição individual de Federico Herrero na galeria. Compõem a mostra uma série de pinturas inéditas de dimensões variadas, um volume de concreto e madeira e uma grande instalação site-specific, na qual o artista desafia a convenção tradicional do espaço expositivo transformando o chão da galeria em uma tela.

 

As pinturas abstratas de Herrero – monocromáticas ou multi-coloridas – fazem referência à tradição norte-americana da Colour-Field Painting, assim como a Tropicália, em particular a maneira de trazer vida à arte e ao ambiente, através da interação com as cores incorporando a paisagem e o cotidiano à arte.

O artista faz uso de distintos materiais, como pintura a óleo, acrílico, canetas marcadoras, plumas e spray em um mesmo trabalho.

 

Federico se apropria das pinturas deixadas por terceiros nas ruas e as incorpora em seu vocabulário visual sob o nome de “pinturas telepáticas”. Como forma de retribuir e democratizar seu trabalho, realiza intervenções no espaço público, assim devolvendo em parte o que foi encontrado ao acaso.

 

A pintura de Federico se insere na paisagem urbana – desde a pintura da fachada de um prédio no centro de São Paulo; pilares de uma ponte em Medellín; pinturas de ônibus em Tóquio; cabanas de pescadores na Basiléia; o fundo de uma piscina em Havana; até uma parede em ruínas em Veneza.

Installation Views