Sem título: Galeria Luisa Strina
O trabalho de Alexandre da Cunha utiliza-se conceito da apropriação e do uso de objetos do cotidiano que são retirados de seu contexto e de suas funções originais e posteriormente re-combinados, criando assim, novas estruturas. Suas novas peças seguem um caminho percorrido mais recentemente na sua pesquisa tridimensional, onde o artista explora um repertório clássico da representação escultórica, fazendo referencias a Historia da Arte. Com o uso de materiais muito simples, Alexandre da Cunha vem construindo uma serie de bustos, cabeças e colunas . A serie inédita “Public Sculptures” – esculturas grandes feitas com manilhas de concreto e espuma de colchão – fazem referencia ao universo dos monumentos mostrando uma combinação inusitada de materiais que criam uma tensão que é enfatizada ainda mais quando a função original dos materiais é revelada aos olhos do espectador.
Os trabalhos de parede fazem referencia a Abstração, Artesanato e Design. Composições rígidas feitas com lã e pequenos tapetes domésticos expõem seus chassis, revelando uma referencia ao campo da Pintura. Uma outra série Haute Couture reúne uma coleção de panos de prato que são alterados através da incorporação de logos famosos estilizados. As marcas se fundem aos bordados originais de cada toalha, causando um curto-circuito entre a idéia de público e privado. O trabalho de Alexandre da Cunha trata de questões ligadas à técnica, forma e materialidade mas sempre regadas por um conteúdo irônico e lúdico. Muitas vezes a discussão sobre mudança de status do objeto parece apontar para uma discussão mais ampla sobre a condição humana e até mesmo para uma crítica sobre classes, valor e distribuição de bens.
Alexandre da Cunha está atualmente participando do projeto Passengers no Wattis Institute for Contemporary Arts em São Francisco (USA). Suas próximas exposições incluem uma individual na Galeria Sommer & Kohl em Berlin em Outubro e uma apresentação solo com em Art Basel Miami em Dezembro.