A Política das Imagens: Galeria Luisa Strina
Galeria Luisa Strina tem o prazer de apresentar A Política das Imagens, segunda exposição individual de Alfredo Jaar na galeria.
Alfredo Jaar (Chile, 1956) é um artista, arquiteto e videomaker. Após completar seus estudos no Chile, se mudou para Nova York em 1982, onde vive e trabalha atualmente. Sua prática artística é focada na criação, distribuição e circulação de imagens na esfera pública.
O ponto de partida da exposição é a instalação O som do silêncio (2006), “um teatro construído para uma única imagem” (Jacques Rancière). O trabalho conta a história de Kevin Carter (1960 – 1994), fotojornalista sul-africano que se tornou famoso por sua fotografia ganhadora do prêmio Pulitzer. Tirada enquanto Carter se reportava do Sudão em 1993, a fotografia mostra uma criança em estado de inanição se rastejando pelo chão enquanto um abutre a observa. Após o suicídio do autor, a fotografia se tornou propriedade de sua filha Patricia Megan Carter e seus direitos são controlados pela Corbis, a maior agência fotográfica do mundo, a qual controla mais de cem milhões de imagens e é de propriedade de Bill Gates. Usando uma linguagem sucinta, Jaar questiona não só os limites do representável e da possibilidade de observar, mas também trata de questões de responsabilidade tanto do fotógrafo individualmente quanto daqueles que controlam a circulação e a disseminação das imagens, e finalmente, o espectador.
Um milhão de pontos de luz (2005) foi realizado na costa de Angola, em Luanda. A câmera foi posicionada em direção ao oceano, apontando diretamente ao Brasil, em memória e homenagem aos 5 milhões de escravos enviados de Angola para o Brasil. A fotografia é reproduzida numa caixa de luz e em cartões postais que os visitantes são convidados a levar para casa.
Procurando África na LIFE (1996) foca na ausência de representação e na absência da África na revista de notícias LIFE (a LIFE foi uma revista de fotojornalismo, que foi fundada em 1936 por Henry Luce – também fundador da revista Time – e encerrou suas atividades com a edição de maio de 2000). O trabalho consiste em uma coleção de 2128 capas, de 1936 a 1996, mostradas em ordem cronológica e visando refletir a chocante escassez de cobertura do continente africano por uma das mais influentes revistas do mundo.
Jaar usa uma fórmula similar no trabalho intitulado De Time em Time (2006), o qual, outra vez, traz à tona os esteriótipos racistas que governam a percepção da mídia ocidental em relação à África. São nove capas recentes da revista Time dedicadas à África divididas pelos únicos três assuntos ger