Nécessaire, Nécessaire Nécessaire, Desnécessaire Desnécessaire, Desnécessaire: Galeria Luisa Strina
MAREPE A Galeria Luisa Strina apresenta exposição individual do artista Marepe a partir do dia 21 de agosto.
Em sua mais recente individual na galeria (e na cidade de São Paulo), ocorrida em 2002, o artista apresentou “Supletivo manual é Natal”, na qual falava de coisas feitas com as mãos a partir do tema desta celebração.
Agora, nesta nova exposição (que tem o título retirado de uma poesia do artista escrita em 1997 e faz referência ao ready made de Duchamp), Marepe quer tratar daquilo que é ou não necessário na vida. As obras inéditas incentivam novas formas de olhar os objetos do dia-a-dia, mostrando possibilidades de se fazer arte com aquilo que está sempre por perto. Marepe mostra que, dentro da indústria e da funcionalidade, escondem-se surpresas.
A exposição ocupa todos os espaços expositivos da galeria: no primeiro piso, o artista apresenta uma alegoria em grandes dimensões. Tratam-se de esculturas feitas em estrutura de madeira, parafusos, palha e 1.100 cata-ventos de papel de presente. Neste andar, o artista ainda mostra a obra “Boa pesca”, sugerindo pesquisas a cerca da música popular brasileira. Os discos, fundidos em alumínio, são suspensos por varas de pesca de bambu e discutem também a reciclagem ecológica e das mensagens dos conteúdos das obras musicais. Ainda neste piso, o artista mostra série de trabalhos formados por objetos de plástico coloridos, como pás, pratos, baldes e outros. Ele enfatiza a seriação destes utilitários ao empilhá-los e mostra novos pontos de vista ao realizar composições cromáticas e criar novos formatos.
No segundo piso, uma obra produzida com papéis de picolés de diversos sabores, intitulada “Olê ô picolê…”, forra uma das paredes, enquanto a obra “Acesso ao trabalho” é apresentada no chão: são botas de borracha e colheres de alumínio que aludem à “poética da sobrevivência”.
No terceiro piso, o artista apresenta o vídeo “Terra do nunca”, de 1997. É uma animação feita a partir de brinquedos e bolhas de sabão em cenário de papel e com música chinesa como trilha sonora. Uma homenagem ao escritor chinês Lin Yutang (1895-1976). No terraço, Marepe apresenta uma instalação com esculturas em alumínio polido. São formas de diferentes cabaças (muito utilizadas no nordeste para transporte de pólvora, água, leite e etc) dispostas no chão, ao ar livre. O interesse pelo design dos objetos se faz, mais uma vez, presente. As formas de um objeto criado pela própria natureza são mantidas, mas a funcionalidade deste “design natural” é modificada.
Durante o mesmo período, a Escola São Paulo apresenta individual com obras anteriores do artista.