Sem título: Galeria Luisa Strina
Alexandre da Cunha e Brian Griffiths A Galeria Luisa Strina apresenta, do dia 22 de outubro até 20 de novembro de 2002, exposição individual dos artistas plásticos Alexandre da Cunha e Brian Griffiths.
A mostra reúne esculturas e instalações dos dois jovens artistas que vivem e trabalham em Londres e no momento participam de mostras internacionais como a Bienal de Liverpool e The Galleries Show 2002 na Royal Academy.
Alexandre da Cunha se formou na FAAP em 1996 e em seguida se mudou para Londres onde terminou seu Mestrado em Artes e vem participando de varias exposições e residências. Realizou sua primeira individual este ano na Galeria Fergunson & McDonald em Londres como resultado do prêmio recebido pela Wellcome Trust. Alexandre da Cunha trabalha a partir do princípio da “gambiarra”: improvisações feitas com materiais cotidianos que tem suas funções originais alteradas resultando em novos arranjos feitos com objetos utilitários.
Brian Griffiths vem mostrando seu trabalho regularmente em exposições como “Neurotic Realism” na Saatchi Gallery e “Becks Future” no ICA (Institute of Contemporary Arts ) também em Londres onde foi nomeado para o prêmio de Jovem Artista Britânico.
Usando objetos como os esfregões em “Climbing Frame”, 2002 e uma vela de Wind-surf em “Straight Jacket”, 2002, Alexandre usa referências ao lazer e atividades esportivas como alusão à desafios a que somos submetidos constantemente. Em seu trabalho mais recente o artista focaliza o ambiente doméstico, transformando objetos descartáveis ou pouco importantes em peças de aparência sofisticada. Em “Terracota-Ebony” por exemplo, desintupidores de borracha simulam vasos raros que parecem pertencer a uma coleção nobre de cerâmica. Neste jogo com objetos, o artista parece reafirmar o seu desejo de alteração das funções e do sentido das coisas. Suas influências vão do pintor Giorgio Morandi ao carnavalesco Joãzinho Trinta. O trabalho do inglês Brian Griffiths, também explora o universo doméstico mas aponta para uma outra direção: o universo da ficção. Com materiais caseiros como plástico e papelão, o artista faz referência clara ao cinema.
Computadores feitos com tampas de plástico, objetos caseiros e personagens estranhos feitos de pedaços de carpete, carregam uma memória da casa mas ao mesmo tempo remontam um narrativa épica ou futurista.
A partir da criação de grupos de esculturas figurativas, também feitas com materiais do dia a dia, Brian usa o seu humor para mostrar sua reflexão sobre o heróico e o monumental. Estes trabalhos contém a majestade e a presença das estátuas clássicas assim como outras referências estéticas de fundamental importância para o artista como, o ballet Russo de 1920, heróis de revistas em quadrinhos, Don Quixote, mitologia grega e Giorgio de Chirico.