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Marepe b. Nasceu em 1970, Santo Antônio de Jesus, Brasil
Vive e trabalha em Santo Antônio de JesusConexões protetoras, 2020tubos de pvc, cadeira em inox, globo de vidro183 x 166 x 304 cm
72 1/8 x 65 3/8 x 119 3/4 in17157© artista [the artist]Further images
As tubulações não são um material sem precedentes na obra de Marepe, que já utilizou canos e tubos em trabalhos anteriores, em geral como uma alusão ao universo da domesticidade. Conexões Protetoras (2021) tem um formato que remete ao de uma estrutura habitável, como se fosse o esqueleto arquitetônico de um abrigo improvisado. O artista investiga desde o início de sua trajetória aspectos do urbanismo vernacular, da série Embutidos, em que propunha a utopia de uma casa portátil, até o grupo de obras que leva o nome de Edifícios, feitas a partir do empilhamento de utensílios domésticos de plástico nas cores disponíveis daquele determinado item na fabricação em larga escala. O jogo de escala é a chave para entender estes últimos, pois o que Marepe propõe com os Edifícios é o oposto da utopia dos seus Embutidos: devolver à escala monumental (de um prédio, por exemplo, mas em proporções mais próximas da maquete do prédio) os pequenos recipientes de plástico utilizados para acondicionar ou facilitar as coisas comezinhas da vida cotidiana (fôrma de gelo, saboneteira, escorredor de louça, assento de bebê, potes, vasos, brinquedos de praia, comedouro para pets e porta-trecos em geral) que inundam o mundo distópico do capitalismo avançado. Obra de maturidade, Conexões Protetoras se projeta para além da dicotomia dos trabalhos utópicos e dos distópicos, porque nele Marepe simplifica a edificação, assim como o seu conteúdo, que se resume a uma cadeira de inox sobre a qual repousa um globo de vidro, evocando a proteção das ações e posturas pautadas na solidariedade.Exhibitions
Aglomerado Mergulho, solo show, Galeria Luisa Strina, São Paulo, 2021