A vontade de saber (2012/2017) consiste num arranjo formado pela primeira edição do livro “Histoire de la sexualité I – La volonté de savoir” (1976), de Michel Foucault (1926-1984), da coleção “Bibliothèque des Histoires”, integralmente perfurado na palavra em francês “par” (“por”) Michel Foucault, presente na capa das Éditions Gallimard, e atravessado por uma flor, nesse caso, um antúrio natural. O caule da flor deve penetrar o livro disposto sobre um display “neutro” e/ou em diálogo com a expografia em questão. Ela deverá ser trocada a cada três dias. O antúrio – preferencialmente na coloração vermelha, podendo também, na impossibilidade, ser rosa ou branca – ao transpassar o livro, é equilibrado pelo peso dele. Logo, o caule que sustenta a flor em formato de coração com a espiga ereta atravessa todo o livro disposto sobre a base. Tipo de flor ornamental presente em vasos e decoração de interiores, o antúrio também está presente em paisagismos, é nativo das regiões tropicais. Na Umbanda, a planta agrada aos Exus, sendo utilizada como oferenda e na limpeza espiritual. Essa parte vermelha em formato de coração é chamada de bráctea e tem a função de atrair polinizadores da planta, uma vez que as flores são os pequenos pontos que ficam em torno da espádice – a espiga. A vontade de saber é primeiro livro Michel Foucault sobre a Histoire de la sexualité, onde o filósofo apresenta um olhar sobre a sexualidade e seu contexto histórico ocidental a partir de relações de poder e da análise de saberes sobre o sexo.